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Thursday, September 06, 2012

Motovelocidade e Mulheres - Capítulos sem fim!!!!





Carla Abrahão – Uma das pioneiras na motovelocidade brasileira
 


 Para contar a história da Carla, foram várias tentativas e não conseguia nada... Tive que chorar pra conseguir as linhas que vocês terão o prazer de desfrutar logo a seguir. Brincadeiras à parte, essa mulher não só é uma desbravadora e corajosa, como é também uma meiga e carinhosa amiga.

Quando perguntei para ela me contar timtim por timtim desde quando tudo começou ela confessou que detestava escrever e que seriam muitas linhas... “prefiro falar” disse ela... Porém, finalmente consegui que ela me contasse um pouco desta aventura que foi e ainda é o motociclismo na vida dela. Com vocês, Carla Abrahão, escrita por ela mesma, sim porque ela escreveu tudinho!!!!!
 

“ Terei  de voltar alguns anos, para contar essa maravilhosa historia de minha vida! Adoro motos desde os 11 anos de idade, hoje tenho 41, assim posso dizer que isso nasceu comigo... Ninguém em minha família incentivou...  Desde a primeira mobilette, que meu irmão mais velho Carlos Roque ganhou no Natal (e eu lógico, ”roubava” sempre que possível), até a primeira Yamaha DT 180, idem, eu sempre as “pegara emprestadas” sem que ele soubesse.  Porém seus amigos comentavam, não no intuito de me “dedurar”, mas para elogiar como eu andava bem.  Naquele tempo, alguns leitores devem se lembrar, não era obrigatório o uso de capacete e eu andava, infelizmente, sem capacete... Com cabelos cacheados loiros e compridos... Chamando a atenção por onde passasse... Pois isso deveria mudar, as meninas também deveriam ganhar motos, não só os meninos! Contudo passaram-se os anos e eu sempre com motos ‘emprestadas’, até que...  Tudo aconteceu! Aos 29 anos, quando conheci o XX ,o Wellington Melo Franco (“in memorian”) o qual me apresentou ao Braguinha (Luiz Carlos Braga) e ao Nenad (Nenad Djorjevic),começou em minha vida o capítulo Motovelocidade.
 
Braga teve a ideia de me colocar nas pistas, melhor ainda, correr os Campeonatos Paulista e Brasileiro de Motovelocidade!!! Nunca vou esquecer esse dia!...Estava no autódromo de Interlagos assistindo ao espetáculo do treino de pilotos da primeira “Escola de Pilotagem Século XXI”, quando ele me fez essa proposta... A expressão do meu rosto, de medo, entre assustada e ansiosa para ver no que isso iria dar!  Na hora aceitei e pensei em fazer Historia para as mulheres, na época era muito feminista e achava que deveria mostrar aos homens seus devidos lugares... Quanta ingenuidade da minha parte, hoje sei que meus pensamentos nem sempre foram corretos. Somos diferentes Mulheres e Homens, somos o complemento uns dos outros, não há melhor ou pior, cada um tem seu potencial e seu melhor e nós mulheres ainda estamos nos posicionando, melhorando a cada dia, enfrentando desafios, que nunca pedimos , simplesmente  eles aparecem e temos que enfrentá-los!
 
 

Bem... Vamos ao Autódromo de Interlagos em uma visão feminina: Eu não tinha macacão, botas, nada...! Nenhum equipamento de segurança apenas minha coragem para estar ali... “O” XX” me emprestou sua moto Honda XX 1100 cc, o Braga seu macacão, luvas e botas e entrei no autódromo!  Pensei em Deus!!!! Como ele pode dar uma sensação tão maravilhosa ao ser Humano? Sensação de liberdade, poder, prazer, medo, autoestima, felicidade, tudo ao mesmo tempo, nunca tinha chegado num velocímetro a 290 km/h... Medo, prazer, naquela moto que era um mito,... Sem freio traseiro, “XX”, meu eterno amigo, e  Nenad  ensinando-me  o traçado na histórica  pista de Ayrton Senna !
 


 
A História do Motociclismo Brasileiro estava mudando naquele momento, mas não me dera conta deste fato, era um enorme o prazer aprender com aqueles homens, que com sua paciência, tentavam me passar sua experiência e emoção! Mas acredito no que diz Dino Benzatti, no Programa” Momento Moto” da TV Bandeirantes: ”Seu melhor momento é você de moto!”... Se todas as mulheres soubessem o quanto uma mulher é cortejada e admirada em uma moto... Todas estariam pilotando!

Quando Braga teve essa ideia entrei na academia de ginástica, pois teria de competir com homens, somente homens, teria que fazer, na pista, o tempo deles para que eu pudesse competir...  “Pensei: tenho de ter condicionamento físico para isso e procurei a Academia Runner. Tive apoio na hora. Ótimo agora era só treinar bastante!... E foi o que eu fiz, treinei como uma louca, sabem o que aconteceu? Quando até o cabelo dói? Todos meus músculos doíam muito!

 


No final do dia fui à oficina mecânica, onde motos estavam sendo preparadas para o Campeonato Paulista de Motovelocidade e eu acompanhava tudo, aquele mundo totalmente masculino, tentando me passar por invisível, para estudar a todos, a personalidade de cada homem, prestava atenção nas conversas, pois na pista, eles seriam meus rivais... Precisava estudá-los, tentar alguma estratégia, e verifiquei na hora: Tudo era tão diferente se comparado às conversas femininas! Nunca fui um primor de “menina”, pois sempre gostei mais de brincar com meninos, essa história de brincar de casinha nunca foi minha cara. Quando meu marido (Eduardo Carità) me conheceu, andando na pista do autódromo de Interlagos, pensou que eu era lésbica... Imaginem! (risos) Nada contra... Mas não sou! O Campeonato começaria no dia seguinte... Sábado, quando todos me olharam e disseram:

- Carla porque você não corre com a gente amanhã?!  Quase tive um ataque de “menina”, mesmo!...
- Como assim? Não tenho moto, não treinei no autódromo, não tenho macacão, bota luva, protetor de coluna? 

Lembram quando mencionei que meu corpo doía todo? Fiquei chocada... Porém aceitei! Decidiram que eu iria competir com   uma Kawasaki ZX 750 cc que estivera parada há algum tempo. Pertencia ao Cássio, sócio de Braga,na época  proprietários da loja Moto Store, que gentilmente me emprestara sua moto.  Ao ser retirado o banco da moto, para surpresa de todos, um rato morto surgira...! Isso mesmo! Pensei em morte na certa... coisa de mulher!  Tudo acertado experimentei todo o equipamento necessário e claro... Não dormi à noite, achando que a morte seria certa, no dia seguinte!

















 
 
Treino no sábado: treinara, conseguindo tempo suficiente para poder participar da histórica corrida, tendo a  honra de ser a primeira mulher filiada à Confederação Brasileira e   Federação Paulista de  Motociclismo, motovelocidade categoria Força Livre, isso quer dizer acima de 600 cc ! Acreditem...! Não me dera conta deste detalhe que hoje marca minha historia!


 
 
 
Largada domingo: Autódromo lotado, emoção à flor da pele, grid de largada.  Mais uma vez Braga me orienta: -Aconteça o que acontecer, você não pode cair, pois todos vão prestar atenção em você!Tem que chegar inteira,... E outra coisa... Tire o capacete no grid de largada! Ao que respondi: - Não posso...!Todos iriam me olhar...! Braga disse: -Você consegue! Foi o que fiz... Tirara o capacete como se fora arrumar meus cabelos, e quando isso aconteceu a arquibancada veio a baixo em uma só voz:-Ohhhh! É UMA MULHER!  E o locutor Chicão, um querido, conhecido da época de Jet Ski e Moto cross, falava meu nome... Carla Abrahão... E todos repetiam! Nossa isso ficou gravado em meu coração!  Largada: acelerei tudo, mas não saia de minha mente a frase de Braga... ”Não cair, ok..! Isso significaria não correr muito, não arriscar demais, e ainda por cima,  na segunda volta vejo    um piloto tentando me ultrapassar, como  um louco, indo até a curva da reta oposta pela área suja. Sabia que  cairia ,então “tirei a mão”,permitindo sua ultrapassagem! Pensem em um homem constrangido! E ele ficou !E tudo veio à minha mente, neste universo masculino... Eles não pensam em preservação, simplesmente em ganhar!! Terminei em 7º entre 22 homens no geral...Vitória! Lembro-me como se fosse hoje, a arquibancada lotada, aclamando meu nome CARLA ABRAHÃO! Todos os pilotos , jogavam-me para cima, banho de champanhe, pena que na época não tínhamos celular com câmeras ou até mesmo a internet, isso meus caros leitores há 13 anos atrás, tão pouco tempo e não tínhamos toda tecnologia hoje disponível!!!

Há poucas fotos desta fase, além de minhas lembranças ,que com muita emoção, tento repassar aqui! Na segunda prova do Campeonato Paulista, a mesma história: sem treino, sem ajuda, sem patrocinador, moto sem manutenção, veio o tombo, muito feio, no qual quebrei meu tornozelo, rompi todos os ligamentos de meu pé esquerdo, fraturei a 3ª vértebra de minha coluna, cama por 4 meses, poucos amigos...  É nesta hora que se vê quem são seus verdadeiros amigos e além do mais perdera meu emprego! O acelerador travara no Bico de Pato e o chão foi certo, quebrando a alavanca de cambio com meu pé!!! A única alternativa fora abrir mão de um sonho, por todas as razões expostas, participar em um  grid somente de mulheres... Realidade que se tornara um sonho adormecido em 2.001!
 
 
FEDERACAO PAULISTA DE MOTOCICLISMO -    
POSICAO FINAL DO CAMPEONATO PAULISTA DE MOTOVELOCIDADE 2001
 1  61 NENAD DJORDJEVIC                         FORCA LIVRE     20 20 25 20  85 
 2  42 MARCELLO DE MIRANDA                      FORCA LIVRE     25 25  0 11  61
 3 666 WELITON MELO FRANCO                      FORCA LIVRE     16 13 16 13  58

 4  37 ROMULO SINHORELLI                        FORCA LIVRE     11 16 13 16  56

 5  97 RODRIGO DE BENEDICTIS                    FORCA LIVRE      0  0 20 25  45

 6   5 TULIO CESAR GALVAO                       FORCA LIVRE      0  5  9  9  23

 7  57 VICTOR HUGO SZPIGEL                      FORCA LIVRE      0  6  7  8  21

 8  60 MARCELO HANDEL MISTRORIGO                FORCA LIVRE      0 10  0 10  20

 9  49 LUIS CARLOS BRAGA                        FORCA LIVRE     13  0  0  0  13

10  53 RICARDO VASCONCELOS                      FORCA LIVRE      0  0  5  7  12

11  45 EDUARDO COSTA NETO                       FORCA LIVRE      0 11  0  0  11

12  77 MARCELLO BRASIL                          FORCA LIVRE      0  0 11  0  11

13  39 ALEXANDRE MELO MITZKUN                   FORCA LIVRE     10  0  0  0  10

14  33 RAFAEL FUNRI NEGRAO                      FORCA LIVRE      0  0 10  0  10

15  70 CARLA ABRAHAO                            FORCA LIVRE      9  0  0  0   9

16  25 SERGIO F. LAURENTYS                      FORCA LIVRE      0  9  0  0   9

17 151 VICTOR HUGO SZPIGEL                      FORCA LIVRE      8  0  0  0   8

18  87 THALES GARCIA CARMONA                    FORCA LIVRE      0  8  0  0   8

19  90 HUGO LACERDA FERREIRA                    FORCA LIVRE      0  0  8  0   8

20  55 ALEXANDRE JOSE ARTUZO                    FORCA LIVRE      0  7  0  0   7

21 111 RICARDO ALVES FERREIRA                   FORCA LIVRE      0  0  6  0   6

22  10 LAUSON VINICIUS ANTONUCCI                FORCA LIVRE      0  4  0  0   4

 Os anos se passaram, casei , me tornei uma empresária, mas ficou para sempre a lembrança da moto em minha vida, eu e meu marido Eduardo Carità (motociclista , não anda de carro , somente de moto, acho isso um pouco de mais, mas aceito). Compramos um sonho: a HORNET 600 cc da Honda, 0 Km, e infelizmente fomos roubados pouco depois, quando perdi o tesão pelas motos,  devido à uma arma apontada para minha cabeça, pirei!  Passaram-se longos 2 anos e falando em tecnologia , internet e redes sociais...agora em 2012,  ao colocar essas lembranças em  minha pagina, conheço Vanessa Daya,  Julie M. e todas integrantes do MOTO COM BATOM...  Nossa... Voltou tudo!  Recomeça a moto como um furacão em minha vida! Sou convidada por Vanessa Daya, uma moça adorável, persistente, que me lembra de quando comecei, para assistir e de alguma maneira participar do primeiro Grid de Motovelocidade somente com mulheres! Eu em uma quarta-feira normal sentada no meu escritório à mesa, como todos os dias estou e a corrida seria no final de semana.  Pensei: -... Acho que não irei... É em Brasília, estou em São Paulo há mais de 1.000 km!... Tá vou de avião...! De avião ou de carro?... Impossível, não posso fazer isso, tenho que ir de moto! Retomar o amor à moto, à estrada, à motovelocidade, pensar em algo que deixei para trás há tantos anos, como posso encarar essas mulheres sem ter o mesmo sentimento com que tudo começou? Já que ficara sem ele por alguns anos em minha vida!?

Agenda na mão, liguei ao José Carlos Taddeo que me vira no Autódromo de Interlagos.  Um amigo, que à época abrira portas na BMW motos, convidando-me para ser também a primeira mulher a relatar, em uma moto, matérias  sobre turismo  em revistas especializadas . E hoje, mais uma vez, ajudou-me agora na Kawasaki do Brasil, que prontamente entendeu tudo  de que eu necessitava e gentilmente  cedeu-me a  Versys 650 cc,para minha viagem no tempo rumo ao futuro . Novas ligações, desta vez ao Laertes da Revista Moto Adventure  e Alessandro do site www.motovelocidade.com.br, para poder relatar e compartilhar tudo com todos . Tudo certo, sexta feira dia 10-08-2012, vamos à concessionária  pegar a moto, junto meu eterno companheiro, sócio e amigo , que nas horas vagas é também o meu marido! Moto pronta revisada, mochila, equipamentos de segurança, abastecida, pneus calibrados! Estrada!!!
 
Saímos de São Paulo – SP as 18:00 . Haveria horário pior? Trânsito e stress total, tudo, porém iria ficando para trás, em meus pensamentos e sentimentos, voltando no tempo em todos os quilômetros rodados, dividindo a pilotagem da Kawasaki que me surpreendeu, pela economia, por ser confortável, tanto na pilotagem quanto na garupa,  pela segurança, estabilidade, no torque, rápida quando solicitada!!! 100% adorei a moto! E não falo isso pela parceria e sim a verdade .Essa moto é valente!!   Algo me chamou muito atenção na estrada, era o vento entre Uberaba e Goiânia, inclemente nesta época. Ao paramos para abastecer, colocamos os capacetes sobre a bomba de gasolina e acreditem: os capacetes saíram voando, literalmente voando! Na reta o vento era tanto que a sensação era de estarmos permanente em curva, tal a inclinação demandada para manter a moto na trajetória!!! Os pneus desgastaram-se acima do esperado por conta disso. Chegamos  à `Brasília no sábado as 16:00h , cansados, mas eu estava feliz demais, por estar lá, por conseguir, por ser determinada! Claro que como não estava mais acostumada a andar tanto de moto, o corpo doía todo!! Combinado com a Vanessa Daya  que  nos pegou  às 21:00h para que pudéssemos conhecer as outras pilotos..., Gabi Racing e Lu Haya , pois acreditem ,não conhecia ninguém pessoalmente a não ser pelo Facebook . Que poder tem a  rede social , hoje entendo muito bem o que isso significa! Fomos ao Kalabara Moto Bar e conheci pessoas incríveis, como Liz Cordova, uma figura , escorpiana encantadora, Alice desconfiada, mas guerreira, Fernanda , uma flor,  pequena grande mulher, Simone agitada, Fábio Varela o fotógrafo de plantão,além de vários maridos............entre fotos e petiscos registramos esse momento único e incrível: o reconhecimento da parte de todas, do respeito e admiração  ,  mútuo entre duas gerações de esportistas. Diferentemente do dia a dia em que  mulheres teimam em competir, de forma vã. Senti ali, uma laço maior, algo como ser realmente uma autêntica motociclista!!!




Em todos esses anos, não havia parado para pensar no que fizera e no que me tornara. Nossa !Que legal ser a primeira mulher! E fazer parte novamente de algo único, o primeiro grid de mulheres na motovelocidade!!! E melhor, a troca de informações, de como foram os treinos, as motos, a recuperação e a história de cada uma destas mulheres pilotos e eu prestava atenção a cada história! E um detalhe, todas são lindas mulheres bonitas, por fora e por dentro!! Mulheres fortes, que vieram para fazer história!  No passado presenciara diálogos machistas e agora via uma realidade diferente: uma postura mais digna, mais amigável, muito mais acolhedora. Domingo de manhã, às  7:00 horas, já estávamos prontos e lá fomos nos para o Autódromo Nelson Piquet . Deixo registrada minha indignação pelo abandono deste autódromo junto ao relato de todas as pilotos  sobre as rachaduras na pista  ao asfalto péssimo, enfim tudo muito largado! O que também me deixou triste foi a arquibancada vazia! Pude, porém constatar a mídia em peso, TV, jornais, revistas, rádio, fotógrafos ! Especial agradecimento à Facemotos,  a qual patrocinou a área VIP do Moto com Batom.  Antes da prova reunimo-nos em um círculo, para rezar independente de religião ou crença, para agradecer e pedir para que todas as pilotos competissem  sem acidentes, lembrando-me  do que  dissera Braga em minha   primeira vez:  -Não caiam!
 

 

À hora da largada, ao vê-las , senti  as lágrimas escorrerem, não acreditava que isso pudesse acontecer... Um sonho se realizando.... Uma mistura de querer estar ali na pista e outra de assistir.... Tudo se misturava e foi dada a largada e todas saíram acelerando, o arrepio... O frio na barriga, torcendo por cada uma! Foi uma verdadeira muvuca, tinha tanto repórter, mídia. E até aqui não havia tocado no assunto machismo ou até mesmo preconceito, mas na largada os homens tiveram uma “brilhante” idéia, colocar uma piloto, na verdade, um homem vestido de mulher, dizendo-se uma piloto americana que iria competir!!! Puro machismo!  Brincadeiras à parte, todas foram ótimas, sem quedas, um linda corrida, para ficar na historia do Motociclismo Brasileiro e eu exultante por  ter sido honrada com o convite para dar a  bandeirada de chegada.




 
Enfim um sonho se tornara realidade, todas em um clima de respeito e solidariedade mútuos que somente um verdadeiro motociclista tem!!  Parabéns a todas, espero que isso continue por muitos anos e que possamos ter em nossa Confederação uma divisão somente de mulheres, sem feminismo nisso. A volta na estrada, segunda feira, mais 1.250 km,(viemos por Goiânia e  Frutal) em um tranquilo  dia de sol maravilhoso, singramos com a Kawasaki 4 estados . Foi cansativo, mas a cada km tudo se revelava, voltando de onde havia se escondido, pensando e planejando em academia, e até quem sabe,  em voltar a competir com as meninas!!!!
E a próxima aventura será no Rio grande do Sul, teremos mais uma corrida somente de mulheres, Confraria das Mulheres Motociclistas, incrível e lá estarei novamente mais 2.300 km!  Conto na próxima edição!!!!  Dias 14,15,16 de setembro! "
 

Essa foi a história da Carla Abrahão, uma amiga, pilota, aventureira, sensível e linda mulher. Espero contar outras muitas histórias por aqui.

Em breve, como a Carla anunciou, teremos a Copa CMM junto ao GP Gaúcho no autódromo de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. Eu participarei do Grid, exclusivamente feminino com a moto número 02, a Vicky.

 
 

Será minha estréia num campeonato, como pilota de fato, como mais uma das mulheres que vem fazendo a história do Motociclismo Feminino do Brasil; levando apenas minha cara, coragem, contando com a ajuda de alguns amigos muito especiais, de Caxias do Sul, de Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília. Passaram-se muitos anos, mas os desafios serão os mesmos!!  Falarei mais logo a seguir!!!  Aguardem!!!!!

Beijos, Julie M.