Motorcycling is for men and women, passionate about the spirit of adventure and freedom that these engineering and design artifacts can bring to us. No matter the style of the motorcycle, the age of the rider, or gender, social position, financial situation, displacement; it's about the desire to share good experiences, build friendship, companionship, solidarity, and compassion. Joy and happiness are fragments, so let's be happy today, now ... because tomorrow we don't know!
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Thursday, July 24, 2008
Rock riders. com .br - entrevista concedida a Policarpo Jr.
Ser motociclista é mais que uma paixão, é um estilo de vida! Admirado por uns, odiado por outros. Apenas quem sente a emoção, a adrenalina, de comandar estes bólidos com a cavalaria pulsando sob você, pode dizer do que falo.
Seriam possíveis aqui várias analogias.... mas quem pilota, sabe!
Juliana N. Maioli (Bento Gonçalves-RS)
1) Seu perfil pessoal e como motociclista. (quantos anos tem, há quanto tempo roda de moto, se pertence a algum MC, que moto possui, formação profissional, ocupação profissional, etc):
A minha incursão neste mundo é recente, mas a paixão é antiga.
Eu sempre fui apaixonada por motos desde menina, meu pai teve uma CG125, era a época de ouro das CB 400, RDZ350, a “viúva negra”, as pequenas “cinquentinhas”, RX 80, 125 e etc. Uma voltinha ou outra nesta idade. Porém nunca consegui chegar muito perto delas neste tempo e os rumos acabaram sendo outros. Bem distantes.
Um bom tempo depois, voltei a ter olhos e ouvidos para estes brinquedinhos, mas muito velados. Digamos que era um amor muito platônico... só eu sabia! Aí, aprendi a ser excelente carona (condição para o ex-namorado não me deixar em casa!) e ensaiar algumas voltas como piloto em esportivas.
O lugar de carona me satisfazia, mas queria mesmo era pilotar a minha própria moto, eu queria sair da condição de coadjuvante e passar a protagonista. Perdi o namorado, mas ganhei a possibilidade de ser a autora das minhas aventuras sobre duas rodas.
Sempre acompanhei tudo a respeito das máquinas (motos), lançamentos, equipamentos e novidades através de sites e revistas especializadas. Para a surpresa de muitos amigos, motociclistas ou não, podia acompanhar as rodinhas de bate papo sobre motores, estilo, preferências, pois estava sempre atualizada e tudo que eu pudesse agregar de informações, conhecimento, era interessante para mim.
Fui proprietária de uma CBR600, que batizei de Phoenix, a qual vendi recentemente para comprar uma 1000, e que ainda não decidi o que vai ser (marca). Fiquei com ela por 3 anos, foi uma excelente escola. Ágil, leve e dócil, e economicamente falando, zero em manutenção. Aliás, fiquei um bom tempo usando ela diariamente, em meio ao trânsito, ou seja, exposta a tudo, todos os dias! Experimentei muitas motos nesse tempo todo: desde a DT180, XT225, XT660R, TL1000R, XX1100, ZX9, GSX750R, CBR954, GSX1000R, CBR1000RR, Hayabusa (1300), DL- V STROM 1000, R1 e por último a Ducati 999R.
Quanto aos motogrupos, optei por não ser integrante de nenhum moto clube, pois acredito que assim é mais fácil participar de todos.
2) Porque sua preferência por motos modelos Speed?
Já andei com trail (meu primeiro aprendizado), big trail, sport touring, mas me encantei desde o primeiro momento em que senti uma speed sob mim... e desse primeiro momento em diante já estava decidido.
Entretanto, acho que tudo começou mais para provar que eu podia sim, além de ser pioneira aqui na minha cidade (ainda sou a única mulher por aqui que pilota supersport), ser dona do meu nariz... e não depender da boa vontade de nenhum “piloto”...
E assim, o que era teimosia virou paixão! E vice-versa! Não me imagino mais sem moto speed, e estou muito ansiosa em definir e comprar a sucessora da Phoenix.
Digo sempre, que este é o único tanque em que eu me debruço com prazer, o de moto! E até minha coluna permitir, serei pilotA!
Isso não significa que não goste das demais, acho as muscle bikes ou street fighters, nakeds maravilhosas (sou encantada na Brutale, MV Augusta) e aliás, se eu pudesse, teria uma de cada estilo... Cada uma tem seu apelo, seu charme e sua ocasião.
3) Para onde costuma viajar de moto?
Não costumo viajar propriamente, faço pequenas saídas pelas estradas da região, para acelerar, sentir a uniformidade e sincronia entre nós (piloto e máquina),continuar esperta na pilotagem, pêndulos, retomadas, traçados de curvas e etc. Tudo sempre com muita cautela, equipamento apropriado e sem necessidade de muita velocidade, apenas técnica. Eventualmente uma saída ao litoral, ou até alguma cidade para rever amigos, ou apenas pelo prazer de sair e arejar a cabeça!
4) Qual a viagem mais longa que já fez?
Ainda não tenho nenhuma grande distância para comemorar, pois minha primeira longa viagem está em projeto com a certeza que será só o pontapé inicial de muitas outras que serão feitas.
Já a minha melhor viagem foi no primeiro final de semana depois que comprei a Phoenix. Foi uma distância muito pequena, algo em torno de uns 250km (ida e volta) mas foi a primeira vez que sai com a minha bike, e foi a melhor de todas! Depois disto algumas outras até o litoral, até o oeste catarinense ou a região mais ao sul do nosso estado.
5) O que sua família pensa a respeito de você, jovem e mulher, gostar de pilotar uma moto?
Essa questão do apoio da família, eu confesso que é um assunto delicado, muito delicado: não posso me queixar, eles não morrem de amores, apenas torcem para que eu não me machuque. Tenho certeza que prefeririam me ver com hobbies mais delicados e essencialmente femininos por natureza. Ficaram muito felizes quando souberam que eu vendi a moto (só não sabem que é para comprar uma maior!).
6) Como é o comportamento dos homens com você, quando eles a vêem piltotando uma moto de corrida?
Aí a briga passou a ser outra: admirada por uns, odiada por outros! As reações ao tirar o capacete, são as mais interessantes. Desde indignação, assombro, até os maiores elogios. Um amigo usou uma palavra legal: destemida. Não só pelo fato de serem máquinas poderosas, grandes, mas pelas circunstâncias todas que envolvem ser uma piloto de esportiva.
Em geral, tenho um excelente relacionamento com todos os motociclistas, independente do estilo, tipo de motocicleta, ou cilindrada. São na maioria sempre muito gentis.
Alguns, acho que temem que eu possa ser melhor piloto, e acabam nunca me chamando para andar no grupo deles. Outros que me emprestam a moto pra experimentar e são caçoados pelos demais, que ficam dizendo que voltarei com um espelho numa mão e um pneu na outra... (risos...) No fundo, sabem que eu sei pilotar e não querem é admitir que isso deixou de ser exclusividade deles! O famoso “clube do bolinha”!
Ainda bem que isso é uma peculiaridade deste povo daqui... pois não encontrei em nenhum outro lugar coisa semelhante! Mas não tem problema, gosto muito de andar sozinha, no meu timing.Tenho amigos espalhados em muitos outros Estados fruto deste meu trabalho de “escritora” e sei que posso contar com eles. Aliás, tenho contado, as turmas que me receberam até hoje, sempre foram extremamente solidárias e gentis.
Ah! Sou graduada pela Rio Racing, a mesma escola de pilotagem que tem nomes como Eric Granado, Ana Lima, e mais de 3.000 alunos espalhados pelo Brasil.
E não poderia de deixar de fazer um adendo aqui a respeito das contrariedades da perspectiva masculina: perdi um conhecido há algum tempo, foi uma das poucas com quem tive o prazer de pilotar junto, que apreciou minha técnica (a pouca que tenho), audácia e segurança e verbalizou isso, comentando no grupo dele, de Porto alegre. Fato incomum num meio predominantemente masculino, e principalmente, considerando nossas diferenças de máquinas (ele de R1 e eu de CBR600)e experiências.
Ainda preciso de muito treino para que eu seja uma excelente piloto, mas chego lá! Como já mencionei, vou agora para uma 1000. Ultimamente tenho pilotado a Ducati 999 e sinto que já posso dar esse passo, com muito respeito à cavalaria, muita precaução, e equipamento de segurança sempre.
7) Seu namorado começou a gostar de moto depois que te conheceu né? Conte-nos sobre essa história.
Não e sim! Eu explico:
Ele foi motociclista há muito anos atrás, na época em que se andava sem capacete, sem equipamento, sem destino, sem legislação específica, sem selo do INMETRO. Sua preferência eram as motos trails. Andou por muitos lugares, sempre no caótico trânsito da capital paulista, e de lá foi a outros destinos em cidades vizinhas, estados vizinhos. Afastou-se por muito tempo das motos para dedicar-se a profissão, exclusivamente.
Veio reencontrar o motociclismo com speed depois de nos conhecermos. Eu estava em Curitiba pela primeira vez. Foi um encontro inusitado pois eu havia marcado de encontrar-me com algumas pessoas para almoçar e acabei me afastando muito do destino. Me perdi e ainda por cima, estava com a SRAD de um amigo de lá. Moto emprestada, cidade desconhecida, trânsito bem diferente e perdida! Tive que pedir informação, e ao parar ao lado de um carro no semáforo, torci para que o ou a motorista que abrisse o vidro fosse gentil e pudesse me ajudar...
Vale lembrar que às vezes encontramos no trânsito pessoas sem paciência, sem educação e sem disposição para ajudar, principalmente aos motociclistas. Não foi meu caso, aliás foi esse o “acaso” que nos uniu daquele momento em diante, pois ele era o motorista do carro no semáforo!
E assim, em seguida ele acabou comprando uma speed também, a Ducati 999, e hoje andamos juntos. Ele me conheceu em cima de uma moto esportiva e desde então é meu maior fã e incentivador.
Reforço aqui: a SRAD, moto emprestada por um amigo destes, que não me deixou a pé, pelo contrário, me deixou com sua motinho, com sua hospitalidade, com seu carinho de irmão.
8) Você tem mais amigas que andam de motos com você?
Não, hoje em dia não. Já tive, a Ilaine que era motociclista de esportiva há muito mais tempo que eu. Pilota muito bem, melhor que muito marmanjo! Foi minha super companheira, amiga sensacional.Há alguns anos ela vendeu a moto e acabamos nos distanciando. A conheci num moto encontro aqui na minha cidade. Ela estava de carona (a Kawa- ZX9 dela estava na oficina) e eu estava com uma TL1000 R emprestada de um amigo. Nesta época eu tinha uma XT225. Saímos muito, quase sempre eu na carona dela, pois acompanhá-la e ao grupo com uma XT ficava difícil! Logo em seguida comprei a CBR600 e passamos a andar juntas. Foi um tempo muito bacana. Não perdemos contato, mas mais uma vez, as vidas tomam rumos diferentes!
9) Escreva um pouco sobre seu trabalho de redigir matérias para diversos sites de motos na Internet.
Quando comecei escrever a respeito de motociclismo, foi muito interessante, pois não pensava que originaria páginas ou colunas em Internet ou Revistas. Ou ainda, que chamaria a atenção de pessoas de tantas tribos.
O mais interessante é que desperta a curiosidade de motociclistas ou não, apaixonados apenas pelo esporte ou pelas máquinas, ou de outras pessoas que não tem contato algum com o meio e recebo e-mails de todo o país. Talvez seja pela forma como escrevo, pois motocicleta, motinho, bike, tanto faz... Trato com enorme carinho, o mesmo dispensado a uma verdadeira paixão! O que torna a linguagem familiar e acessível a qualquer um.
Meu ponto de vista é bem diferente. Não tenho conhecimento técnico, tampouco entendo sobre mecânica, ciclística, CVs e CCs e acabo fazendo analogias a estes bólidos, que muitas vezes nem eu mesma sei de onde saem! Leio muito, aliás o que todo mundo tem acesso, nas revistas disponíveis do mercado. Piloto, então sei como se comporta a minha moto, e pilotando outras motos de outras marcas e cilindradas, acabo percebendo algumas diferenças, sentindo-as pelo próprio punho, literalmente. Uma correção: sei sim! Algumas vezes, quando estava acelerando a minha motinho, me surpreendia fazendo carinho ou conversando com ela...e mais, quando me equipava, ligava ela e saia, virávamos uma só, nossa sincronia era perfeita. Só pode ser desta relação!
Certa vez, conversando com um amigo, contava sobre minha primeira experiência em alta velocidade com uma 1300cc, a famosa Hayabusa. Enquanto falava das sensações, do que eu havia sentido ao pilotar aquela máquina, meu amigo se surpreendeu. A certa altura da conversa me perguntou sobre o que eu estava falando! Se era mesmo de um passeio de motocicleta ou de um relacionamento afetivo!!! Pois mencionei a sensação quase orgásmica de sentir aquele motor pulsando sob mim, a adrenalina se expandindo no meu corpo e invadindo meus sentidos. Ou seja: sou uma mulher apaixonada por estes bólidos e que transmite em linhas estas sensações da mesma forma que descreveria alguma outra paixão.
Um estudioso sobre relações humanas, psicoterapia disse-me que o ser humano precisa de muitos amores, pois na falta de um deles, não sucumbiria a solidão ou desamor, recorreria aos outros e nunca estaria só, rejeitado ou mal amado. Poderia ser um hobby qualquer, jardinagem, esportes, coleções, fotografia... Enfim qualquer coisa prazerosa. Eu encontrei um dos meus amores, certamente no motociclismo! Sinto que é isso que deixa minha forma de escrever atrativa, sonhadora e por que não, romântica! Além de manter-me com espírito jovem e muita vitalidade.
Sou conhecida como Julie M. da Serra Gaúcha (j.n.m@terra.com.br) nos sites onde escrevo e colaboro com informações, novidades (ou mesmo futilidades, por que não?), e muitas outras coisas...
Escrevo como colaboradora de várias Revistas, tanto online (Internet) como impressas. Isso começou em meados de 2005 quando fui entrevistada pelo Marcos Branco, diretor do site Motoesporte, que acabou me convidando para participar com uma coluna- Julie M. (http://www.motoesporte.com.br/coluna/juli/coluna.htm)
A partir daí surgiram os demais convites e participações aonde destaco inclusive o apoio de empresas como a Rio Racing – Escola de Pilotagem (Rio de Janeiro, RJ) e a RS1 Racing – Loja de Acessórios e Equipamentos (Sorocaba e São Paulo, SP). Já escrevi para a Revista Salão de Motos, já participei com coluna específica em um Jornal semanal da cidade (Serra Nossa - coluna Velocímetro). Hoje mantenho contribuições em revistas online em Ribeirão Preto, São Paulo (capital), Porto Alegre(RS) e em Miami (USA).
Recebo e-mails do Brasil inteiro parabenizando pelas colunas e perguntando sobre tudo, desde dicas de segurança, equipamento e até pilotagem! Muita contribuição e sugestões para novas colunas.
Tive também convites para viajar pelo Brasil para conhecer motogrupos, alguns me disponibilizando moto caso eu não fosse com a minha (a exemplo de Curitiba), ou então o meu transporte e da motinho até eles! Sempre digo que a tribo dos motociclistas é uma das mais solidárias que conheço.
Vale lembrar que não sou expert e não tenho conhecimento técnico, sou apenas uma apaixonada que, além dos saltos altos e vestidos, trocou a comodidade e segurança de um carro para estar sempre que possível sobre uma moto, não importando o tempo. E nessas brincadeiras onde surgem perguntas como o que você gostaria de ser se pudesse nascer de novo sempre respondo que minha vida seria dedicada a esta paixão! Isso seria certamente em pistas como piloto!
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