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Thursday, September 20, 2012

CAPITULO II - CMM, mulheres e motovelocidade


COPA CMM DE MOTOVELOCIDADE

 

 O que dizer??? Há alguns anos atrás, quando fui mordida pelo bichinho da motovelocidade, motos speed e etc, não imaginava um dia poder entrar em pista, correr uma etapa, mesmo que uma única prova. Apenas pensava em melhorar performance, ter uma tocada mais segura, poder pilotar bem, muito bem; não apenas andar de moto.
 
Sonhava com isso das pistas, é verdade, mas eram sonhos, devaneios... pois sempre soube que pilotos se fazem desde a mais tenra idade e não agora, no meu caso! Porém, independente deste sonho, segui escrevendo, rodando por aí com minhas motinhos e ao longo do tempo, fazendo novas amizades, networking bem interessantes, desenvolvido através de meus artigos e sites de relacionamento como o Facebook.
 
 

Destes relacionamentos todos, de extrema importância, surgiram alguns fundamentais para o que veio a ocorrer recentemente. Conheci a Vanessa Daya, motociclista, pilota mesmo, apaixonada por motos e por tudo que as envolve. Estabelecemos uma parceria além da amizade e passados alguns anos, ela me envolveu em um projeto grandioso. Lançou a Categoria de Motovelocidade Feminina em Brasília, em maio passado e iniciou um trabalho de formiguinha convidando representantes de cada estado brasileiro para que estas fossem as propagadoras locais da ideia da motovelocidade feminina brasileira a fim de reunir as garotas apaixonadas por moto a participar de campeonatos. Uma ideia genial que encontrou eco aqui no Rio Grande do Sul com a Cris Noskoski. Se identificaram pelo objetivo e desejo de levar mais mulheres às pistas. Cris, por sua vez, havia fundado a Confraria da Mulher Motociclista, cujo projeto estava no fundo da gaveta esperando uma oportunidade para saltar.
 

 

Eis que a CMM- Confraria da Mulher Motociclista eclode, aproveitando a carona do Motocombatom, Cris lança um mega projeto, uma iniciativa até então nunca pensada em solo gaúcho: uma COPA FEMININA DE MOTOVELOCIDADE NO RS. Com sua capacidade de comunicação, aliada às amizades e relacionamentos muito efetivos no ambiente de duas rodas aqui no RS, ela começa dar corpo a um super evento sem precedentes.

Primeiro envolve as motociclistas do país na Confraria, a fim de que todas nós pudéssemos participar da ideia e apoiar, o que lhe rendeu inúmeras confrades de todos os lugares do Brasil, comprometidas com a ideia de algo grande, tanto que a presença maciça das mulheres motociclistas do país se dará em Laguna, ao final do ano junto ao motoencontro local, será o 1°Encontro da Confraria da Mulher Motociclista. Cris já contabiliza presença de mulheres do país todo em razão de estar à frente, ajudando inclusive em reservas de hotel, para estas mulheres de fibra. Foi aí que entrei. A pedido da minha amiga, parceira e sócia Vanessa Daya – Motocombatom,  fui surpreendida pela Cris Noskoski,  convidando-me para ser Diretora da CMM aqui na minha região (Serra Gaúcha) e consequentemente Pilota CMM!
 
 

Bem, lançada a CMM (Confraria) e com sucesso, Cris Noskoski retoma a Copa em voo solo, colocando-a em destaque junto ao Campeonato Gaúcho de Motovelocidade.  Suas tratativas com a direção do Campeonato, FGM e pilotas começam a tomar forma.  Chama as suas confrades para participar da Copa e a medida que as adesões se concretizam, já alinhava com as escolas de pilotagem do sul para que todas nós pudéssemos ser treinadas, exaustivamente dado o curto espaço de tempo que tínhamos entre o início do projeto e a etapa do Campeonato Gaúcho. Todas as escolas atenderam ao pedido da Cris e se disponibilizaram a ensinar, gratuitamente, as pilotas da Confraria da Mulher Motociclista. Ela sempre evidenciou a necessidade da pilotagem segura, pois queria um espetáculo lindo, sem ninguém se machucando. Paralelo a este cuidado com as suas pilotas, iniciou um trabalho (muito mais árduo) de conscientização da necessidade de investimento por parte de patrocinadores e da mídia especializada. Convocou e foi atendida por vários empresários tanto do ramo das duas rodas como por outros. Obteve sucesso mais uma vez. No decorrer do tempo, entre a organização do evento e sua realização, houveram contratempos e a Copa Feminina, ou melhor, a COPA CMM de MOTOVELOCIDADE deixa de ser uma 1° Etapa de Campeonato para ser uma Copa Festiva, onde pode contar com o apoio de todas as pilotos que mantiveram o espírito de campeonato fazendo que mesmo debaixo de chuva torrencial, a nossa participação fosse uma prova de fato.  Nesse ínterim, entra o Piloto e Instrutor Carlos Barcelos que apresenta à Cris Noskoski a primeira gaúcha confederada a disputar uma prova oficial: Cristina Rosito, que aos onze anos de idade, sagra-se pioneira no Motociclismo Gaúcho e Brasileiro. Resultado?
A nossa Cris convida a Cris Rosito para ser madrinha de nossa copa e emprestar seu nome ao evento e troféu!
Troféu Cristina Rosito.


Foram momentos de superação de todas, pois estávamos sob chuva torrencial com equipamento de pista seca, pneus para pista seca, motos de rua, sem tecnologia apropriada. Muitos pilotos profissionais abandonaram o autódromo diante das condições precárias da pista (ela não tem bom sistema de drenagem o que ocasiona vários pontos de alagamento), mas as Pilotas CMM permaneceram firmes no propósito; lógico que nenhuma de nós abusou de suas motos, pois ninguém queria “tomar um chão” como dizem aqui... mas fizemos o que mais gostamos, pilotamos a despeito de quem achou que nos fragilizaríamos e voltaríamos para casa correndo!  Quem apostou nisso, errou o pulo!!!! NENHUMA desistiu por medo ou qualquer outra razão.
 



Foi uma prova linda, razão de orgulho a qualquer um que lá estivesse; mesmo que não tenhamos acelerado como gostaríamos, concluímos uma etapa bárbara, a de realização pessoal de muitas de nós. E quem sabe, com continuidade??? Eu sou uma destas... Conquistei um primeiro lugar na minha categoria, 1000cc com a minha Vicky (Yamaha YZF R1) e quarto na classificação geral.  Espero que possamos continuar com estas experiências, algumas de nós se destacaram e com certeza serão alvo de investimento. Fica a dica...
 
 
Sabemos o quão difícil é estarmos em campeonatos, levarmos público, sermos prestigiados. Porém tudo precisa de um começo, tudo precisa de uma aposta e principalmente, de um desejo muito grande de realização. A COPA CMM foi esse marco.

Incrivelmente tive incentivo de pessoas mais distantes, pessoas que me conheceram recentemente e de outras que nunca me viram. Tentei buscar na cidade, entre as pessoas que conhecia, tanto na mídia local como em estabelecimentos nos quais sou cliente, mas não obtive resultados, não fui sequer recebida por algumas empresas da cidade (Bento Gonçalves) e algumas lojas de equipamento e acessórios não tiveram interesse em colaborar...

Lamentável, pois levaremos nossas famílias e amigos ao autódromo e pela novidade que se apresenta é certo que mesmo dentro de nossos equipamentos, ainda seremos glamourosas e femininas e  levaremos a mídia aos nossos boxes tal qual  ocorreu neste final de semana: Muitas entrevistas, fotos,  TV, Rádio, Revistas, Sites... Movimentamos muito o Autódromo de Santa Cruz do Sul. Quem acolheu a iniciativa da Cris Noskoski na COPA CMM de MOTOVELOCIDADE, saltou na frente, junto ao pódio como nós!

 

Estou feliz e agradecida a todos que transformaram meu sonho possível: a Cris Noskoski a fundadora da CMM e da COPA que oportunizou minha participação, os instrutores Carlos Barcelos e Leandro Fernandez Rad que tiveram toda a paciência do mundo comigo, minha equipe de apoio, Ramiro, Suzi e Giovani Soares  de Caxias do Sul, o patrocínio da Sul Motors de Porto Alegre  (WWW.sulmotors.com.br ), da RacerMotos de Caxias do Sul (WWW.racermotos.com.br)  e do Eduardo, além do apoio da oficina mecânica que se ocupou das trocas de pneus, a Motorbike (B.Gonçalves). Bastante feliz também pelas mensagens, felicitações de todos os amigos através do Facebook, emails, telefonemas e  etc.
Minha equipe: Ramiro, Suzi e Giovani Soares
 

                                         Carlos Barcelos - Piloto e Instrutor de Porto Alegre

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