COPA CMM DE MOTOVELOCIDADE
Sonhava com isso das pistas, é verdade, mas eram sonhos,
devaneios... pois sempre soube que pilotos se fazem desde a mais tenra idade e
não agora, no meu caso! Porém, independente deste sonho, segui escrevendo,
rodando por aí com minhas motinhos e ao longo do tempo, fazendo novas amizades,
networking bem interessantes, desenvolvido através de meus artigos e sites de
relacionamento como o Facebook.
Destes relacionamentos todos, de extrema importância,
surgiram alguns fundamentais para o que veio a ocorrer recentemente. Conheci a Vanessa Daya, motociclista, pilota
mesmo, apaixonada por motos e por tudo que as envolve. Estabelecemos uma
parceria além da amizade e passados alguns anos, ela me envolveu em um projeto
grandioso. Lançou a Categoria de Motovelocidade Feminina em Brasília,
em maio passado e iniciou um trabalho de formiguinha convidando representantes
de cada estado brasileiro para que estas fossem as propagadoras locais da ideia
da motovelocidade feminina brasileira a fim de reunir as garotas apaixonadas
por moto a participar de campeonatos. Uma ideia genial que encontrou eco aqui
no Rio Grande do Sul com a Cris
Noskoski. Se identificaram pelo objetivo e desejo de levar mais mulheres às
pistas. Cris, por sua vez, havia fundado a Confraria da Mulher Motociclista,
cujo projeto estava no fundo da gaveta esperando uma oportunidade para saltar.
Eis que a CMM- Confraria da Mulher Motociclista eclode, aproveitando
a carona do Motocombatom,
Cris lança um mega projeto, uma iniciativa até então nunca pensada em solo
gaúcho: uma COPA
FEMININA DE MOTOVELOCIDADE NO RS. Com sua capacidade de comunicação,
aliada às amizades e relacionamentos muito efetivos no ambiente de duas rodas
aqui no RS, ela começa dar corpo a um super evento sem precedentes.
Primeiro envolve as motociclistas do país na Confraria, a
fim de que todas nós pudéssemos participar da ideia e apoiar, o que lhe rendeu
inúmeras confrades de todos os lugares do Brasil, comprometidas com a ideia de
algo grande, tanto que a presença maciça das mulheres motociclistas do país se
dará em Laguna, ao final do ano junto ao motoencontro local, será o 1°Encontro da
Confraria da Mulher Motociclista. Cris já contabiliza presença de
mulheres do país todo em razão de estar à frente, ajudando inclusive em
reservas de hotel, para estas mulheres de fibra. Foi aí que entrei. A pedido da
minha amiga, parceira e sócia Vanessa Daya – Motocombatom, fui surpreendida pela Cris Noskoski, convidando-me para ser Diretora da CMM aqui na minha região
(Serra Gaúcha) e consequentemente Pilota CMM!
Bem, lançada a CMM (Confraria) e com sucesso, Cris Noskoski retoma
a Copa em voo solo, colocando-a em destaque junto ao Campeonato Gaúcho de Motovelocidade. Suas tratativas com a direção do Campeonato,
FGM e pilotas começam a tomar forma.
Chama as suas confrades para participar da Copa e a medida que as
adesões se concretizam, já alinhava com as escolas de pilotagem do sul para que
todas nós pudéssemos ser treinadas, exaustivamente dado o curto espaço de tempo
que tínhamos entre o início do projeto e a etapa do Campeonato Gaúcho. Todas as
escolas atenderam ao pedido da Cris e se disponibilizaram a ensinar,
gratuitamente, as pilotas da Confraria da Mulher Motociclista. Ela sempre
evidenciou a necessidade da pilotagem segura, pois queria um espetáculo lindo,
sem ninguém se machucando. Paralelo a este cuidado com as suas pilotas, iniciou
um trabalho (muito mais árduo) de conscientização da necessidade de
investimento por parte de patrocinadores e da mídia especializada. Convocou e
foi atendida por vários empresários tanto do ramo das duas rodas como por
outros. Obteve sucesso mais uma vez. No decorrer do tempo, entre a organização
do evento e sua realização, houveram contratempos e a Copa Feminina, ou melhor,
a COPA CMM de MOTOVELOCIDADE deixa
de ser uma 1° Etapa de Campeonato
para ser uma Copa Festiva, onde pode
contar com o apoio de todas as pilotos que mantiveram o espírito de campeonato
fazendo que mesmo debaixo de chuva torrencial, a nossa participação fosse uma
prova de fato. Nesse ínterim, entra o
Piloto e Instrutor Carlos Barcelos
que apresenta à Cris Noskoski a primeira gaúcha confederada a disputar uma
prova oficial: Cristina Rosito, que
aos onze anos de idade, sagra-se pioneira no Motociclismo Gaúcho e
Brasileiro. Resultado?
A nossa Cris convida a Cris Rosito para ser madrinha
de nossa copa e emprestar seu nome ao evento e troféu!
Troféu Cristina Rosito.
Foram momentos de superação de todas, pois estávamos sob
chuva torrencial com equipamento de pista seca, pneus para pista seca, motos de
rua, sem tecnologia apropriada. Muitos pilotos profissionais abandonaram o
autódromo diante das condições precárias da pista (ela não tem bom sistema de
drenagem o que ocasiona vários pontos de alagamento), mas as Pilotas CMM
permaneceram firmes no propósito; lógico que nenhuma de nós abusou de suas
motos, pois ninguém queria “tomar um chão” como dizem aqui... mas fizemos o que
mais gostamos, pilotamos a despeito de quem achou que nos fragilizaríamos e
voltaríamos para casa correndo! Quem
apostou nisso, errou o pulo!!!! NENHUMA desistiu por medo ou qualquer outra
razão.
Foi uma prova linda, razão de orgulho a qualquer um que lá
estivesse; mesmo que não tenhamos acelerado como gostaríamos, concluímos uma
etapa bárbara, a de realização pessoal de muitas de nós. E quem sabe, com
continuidade??? Eu sou uma destas... Conquistei um primeiro lugar na minha
categoria, 1000cc com a minha Vicky (Yamaha YZF R1) e quarto na classificação
geral. Espero que possamos continuar
com estas experiências, algumas de nós se destacaram e com certeza serão alvo
de investimento. Fica a dica...
Incrivelmente tive incentivo de pessoas mais distantes, pessoas que me conheceram recentemente e de outras que nunca me viram. Tentei buscar na cidade, entre as pessoas que conhecia, tanto na mídia local como em estabelecimentos nos quais sou cliente, mas não obtive resultados, não fui sequer recebida por algumas empresas da cidade (Bento Gonçalves) e algumas lojas de equipamento e acessórios não tiveram interesse em colaborar...
Lamentável, pois levaremos nossas famílias e amigos ao autódromo e pela novidade que se apresenta é certo que mesmo dentro de nossos equipamentos, ainda seremos glamourosas e femininas e levaremos a mídia aos nossos boxes tal qual ocorreu neste final de semana: Muitas entrevistas, fotos, TV, Rádio, Revistas, Sites... Movimentamos muito o Autódromo de Santa Cruz do Sul. Quem acolheu a iniciativa da Cris Noskoski na COPA CMM de MOTOVELOCIDADE, saltou na frente, junto ao pódio como nós!
Estou feliz e agradecida a todos que transformaram meu sonho
possível: a Cris Noskoski a
fundadora da CMM e da COPA que oportunizou minha participação, os instrutores Carlos Barcelos e Leandro Fernandez Rad
que tiveram toda a paciência do mundo comigo, minha equipe de apoio, Ramiro, Suzi e Giovani Soares de Caxias do Sul, o patrocínio da Sul Motors de Porto Alegre (WWW.sulmotors.com.br
), da RacerMotos de Caxias do Sul (WWW.racermotos.com.br) e do Eduardo,
além do apoio da oficina mecânica que se ocupou das trocas de pneus, a Motorbike (B.Gonçalves). Bastante feliz
também pelas mensagens, felicitações de todos os amigos através do Facebook,
emails, telefonemas e etc.
Carlos Barcelos - Piloto e Instrutor de Porto Alegre
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