Desta vez sobre outra ótica, mas sempre a mesma intenção!!
Em muitos dos meus artigos, desde que comecei escrever, foco
na segurança, seja em equipamentos, educação, consciência, responsabilidade,
respeito e aprendizado. Dizem que a liberdade de um termina onde começa a do
outro! Isso vale para todas as situações da nossa vida, sejam profissionais ou
emocionais, principalmente nas relações do dia a dia.
Todos nós tivemos alguma experiência no trânsito de
intolerância, impaciência, desrespeito, quando não desastrosas e acidentes. É
sabido que com Educação no e para o Trânsito muitas coisas ruins poderiam ser
evitadas. Inclusive os acidentes!
O desrespeito à legislação, por todos, inclusive por aqueles
que deveriam ser exemplos é grotesco. E em decorrência de todos estes
‘percalços’, quem mais padece no trânsito somos nós motociclistas; pela razão
óbvia de nossa vulnerabilidade. Não temos uma carcaça metálica que nos proteja
tampouco que nos faça parecer mais importantes e em conseqüência disto,
sofremos os abusos dos que acham ter preferência apenas pelo tamanho!
Já disse em outras vezes, que a despeito das regras
Nacionais de Trânsito, os motociclistas têm uma regra básica... NUNCA terão via
preferencial... A prudência faz com que paremos para não correr o risco de
sermos atropelados pelas carcaças metálicas e seus nobres condutores. Nunca
generalizando, pois existem bons motoristas sim, assim como existem
motociclistas abusados e Kamikazes.
Pois bem, sentar num carro por si só já é confortável e
aprender a ‘guiar’ o carro, muito fácil. Alguns carros até já sabem o que fazer
sozinhos! Basta apertar um botão “engine on” e apontar a direção! Brincadeiras
à parte, o que desejo dizer é que pilotar uma moto já começa diferente... Ela
não fica em “pé” sozinha... E requer muito mais atenção, destreza e percepção
que um carro.
Costumo dizer que todos deveriam ser primeiro motociclistas
e depois motoristas; pois saberiam a diferença entre estar num assento e no
outro; os riscos, as necessidades, a acuidade visual, percepção de espaço e
tempo, enfim, muitos detalhes que se o motociclista não estiver atento é o
corpo dele que paga! O motorista, bem... Esse deverá pagar o carro, mas nada
que uma boa funilaria não resolva ou o seguro pague! Seu corpo (na maioria das
vezes) fica intacto.
Porque desta introdução toda? Para falar de instrução, educação, treino, conhecimento em pilotagem e muitas outras coisas. Há quem ache que ‘pilotar’ uma moto é apenas sentar nela, ligar e sair... E é possível andar de moto com esta visão. Apenas talvez pague um preço caro demais e às vezes um preço que dinheiro nenhum no mundo consiga comprar: sua própria VIDA.
Porque desta introdução toda? Para falar de instrução, educação, treino, conhecimento em pilotagem e muitas outras coisas. Há quem ache que ‘pilotar’ uma moto é apenas sentar nela, ligar e sair... E é possível andar de moto com esta visão. Apenas talvez pague um preço caro demais e às vezes um preço que dinheiro nenhum no mundo consiga comprar: sua própria VIDA.
Portanto o meu conselho é: se investiu tanto numa boa moto,
tanto em equipamento, invista em qualidade de ensino para ser um bom
motociclista. Enganam-se quem ache que estas Escolas de Pilotagem que estão
espalhadas pelo país atendem a clientela de superbikes apenas. Elas atendem
qualquer pessoa consciente de sua necessidade de aprender sempre um pouco mais.
Sabemos que as motos de hoje mudam de ciclística, configuração, enfim, reciclam
tudo. Muita tecnologia embarcada. E precisamos acompanhar... Como? Fazendo
upgrades constantes com quem estão diariamente conectados ao motociclismo e
bastidores, pessoas que vivenciam o “ambiente motociclístico” e fazem dele seu
mantra! Conheço pessoas que fazem estes cursos anualmente para evoluírem como
pilotos (de rua e de pista também), pois tudo na vida é um constante
aprendizado. Elas não se limitam a um só curso, experimentam em várias escolas
e mantém seu upgrade em dia. Nestes cursos o aluno é convidado a fazer uma
imersão em técnica de pilotagem, onde são ensinados os recursos tecnológicos
das motocicletas e de que forma podemos aproveitá-los. As dicas dadas nestas aulas
salvam vidas. Os (maus) vícios de pilotagem são detectados e corrigidos.
Ouvi do piloto Bruno Corano que a moto faz a curva, nós é
que podemos não fazê-la por medo e insegurança, por falta de conhecimento;
basicamente do que é parte da moto e do que é parte do piloto neste momento!
Ele fala muito deste momento ‘susto’ e treina seus alunos a superá-lo. Quem
diria que em sala de aula de pilotagem teria um aparte sobre nossas emoções e o
controle sobre elas.
E falando em emoções, “o bichinho das pistas me mordeu”
usando as palavras do meu amigo Dudu! Pois fui privilegiada no final de semana
passado (4 de dezembro) pela Motoschool – Escola de pilotagem de Bruno Corano
(SP). Acompanhei de perto os bastidores de uma boa escola de pilotagem, dentre
as melhores do país. Conversei com o administrador Wander e com o próprio Bruno
Corano, fui informada de muitas coisas, assisti um pouquinho da aula,
presenciei o que posso chamar de ‘brainstorm’, ou seja, o retorno dos alunos à
sala de aula para que fossem apontadas as dúvidas e experiências de todos eles
somadas às impressões do Bruno Corano a cerca da movimentação e desempenho de
cada aluno na pista. Acompanhei também, momentos externos à sala de aula, onde
a cada parada no Box o Bruno orientava e corrigia o aluno-piloto que havia
acompanhado na pista, mostrando seus erros e acertos. Ou seja, vivenciei parte
do processo de aprendizado dos alunos e pude ter do próprio Bruno comentários a
cerca da metodologia utilizada pela Motoschool, como ele interage com os
alunos, a importância da metodologia que ele utiliza a certificação dela por
órgão específico americano (cujo método tem 28 anos de estudo e laboratório e
ainda a sua utilização pelo próprio governo americano e canadense), os upgrades
necessários e anuais feitos por ele nos Estados Unidos para a conservação do
método no Brasil, enfim um bate-papo muito produtivo.
Tive a felicidade de re-encontrar o Dudu, da Rush
Motorcycles e piloto do Mobil Rush Racing Team, que foi uma das pessoas que me
acolheu ainda nas 500 milhas de Interlagos em Janeiro passado e com quem tive
contato no decorrer deste ano; tanto em dicas de pilotagem segura, frenagem,
melhor utilização de alguns recursos da moto e também através da sua
participação no Programa Auto-Esporte (Globo aos Domingos) onde tive a
orientação na troca de óleo da minha motinho (http://juliemotovelocidade.blogspot.com/2011_08_28_archive.html)
Por fim, como cereja do bolo, o Dudu Rush e o Wander me
convidaram a entrar na pista, coisa que logicamente aceitei! É uma emoção e
alegria, para quem gosta de pilotar, indescritíveis. E lógico, recomendável a
todos que queiram ser melhores, que queiram aproveitar suas motos (o que elas
têm a oferecer) e fazê-lo com segurança. Nunca tinha feito curvas como fiz,
pois nas rodovias só temos o Plano A, o Plano B significa susto, contramão,
chão, acidente... Na pista, o Plano B significa área de escape, zebras, pilhas
de pneus, grama e na pior hipótese, chão (cair); mas ainda assim tem o Plano C
que é uma estrutura pronta para intervir com ambulância equipada, paramédicos,
agentes com bandeiras sinalizando aos demais do perigo iminente, enfim
SEGURANÇA TOTAL. Senti confiança em mim e na Vicky (minha R1) para a cada volta
experimentar um pouco mais de aceleração, senti-me segura para ousar. Coisa que
não faço de forma alguma em rodovias.
Portanto, minha mensagem nestes artigos quase sempre é a respeito de SEGURANÇA, educação e muito cuidado no trânsito, principalmente quando se tratam de nós mesmos, os motociclistas. Então, quando puderem façam cursos, melhorem a qualidade da pilotagem, a vida é um eterno aprendizado em tudo, e certamente nisto também. As pessoas que se dedicam a ministrar cursos assim passam horas e mais horas diariamente em cima das motocicletas, elas sabem o que estão fazendo, se ocupam de investir em didática, pois de nada adianta ter o conhecimento e não saber repassá-lo. Outro detalhe muito importante é a escolha da escola, pesquisem muito sobre a própria escola, sobre seus pilotos-instrutores, que tipo de qualificação eles tem, que tipo de suporte a escola providencia em termos de segurança na pista, se tem equipe de emergência qualificada (não adianta uma ambulância com motorista e auxiliar de enfermagem), enfim, pente fino! Qualquer um pode fazer curso de pilotagem e achar que pode ensinar; ser piloto de campeonato não significa ter conhecimento com metodologia e didática para ser instrutor também, pois o que deu certo pra uma pessoa, na experiência do dia-a-dia pode não dar certo para a outra; por isso é preciso pesquisar sobre todos os aspectos que envolvem a escola.
Espero que todos um dia possam fazer um bom curso, eliminar
suas dúvidas, acrescentar conhecimento, receber boas dicas de como aproveitar o
que é nosso way of life: MOTOCICLISMO CONSCIENTE
Beijos, Julie M.
4 comments:
Humildade para aprender sempre é parte da verdadeira sabedoria. Compartilhar o aprendizado também. Obrigado, Julie!
Obrigada Osias... sempre bom receber um elogio teu! bj Julie
Julie, excelente artigo. Nós da MotoSchool achamos muito importante expor esta visão e temos como missão prover segurança na pilotagem, com domínio da moto. Obrigado pela sua participação e vamos aguarda-la nos próximos eventos. Forte abraço
Feliz que tenhas gostado...depois de toda a chateação que causei por conta das fotos!!! rsrs
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